Trump volta a defender Bolsonaro após anúncio de tarifaço
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender publicamente Jair Bolsonaro, rotulando-o como "não é um homem desonesto". A declaração, feita nesta terça-feira (15), ocorre em meio a uma escalada de tensão comercial e política entre Brasil e EUA.
A defesa de Trump vem à tona justamente quando o Brasil lida com o anúncio de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, com efeito a partir de 1º de agosto. Trump ligou explicitamente a imposição dessas tarifas às ações judiciais contra Bolsonaro no Brasil.
"O presidente Bolsonaro é um bom homem. Conheci muitos primeiros-ministros, presidentes, reis e rainhas, e sei que sou muito bom nisso. O presidente Bolsonaro não é um homem desonesto. Ele ama o povo brasileiro. Ele lutou muito pelo povo brasileiro", declarou Trump a jornalistas na Casa Branca. Ele reforçou a narrativa de que Bolsonaro é vítima de uma "caça às bruxas".
A manobra de Trump não é apenas um endosso político; ela intensifica drasticamente a crise comercial e política entre os dois países. A retórica pró-Bolsonaro vinda de Washington tem sido imediatamente capitalizada por aliados do ex-presidente no Brasil, que a usam para alimentar a narrativa de "perseguição política".
Enquanto isso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) classificou Bolsonaro como "líder" de uma organização criminosa e "principal articulador" da tentativa de golpe de Estado em 2022. A defesa de Bolsonaro nega qualquer envolvimento, e a ação deve ser julgada ainda neste semestre pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A clara vinculação das tarifas americanas à situação jurídica de Bolsonaro, feita pelo próprio Trump, revela uma interferência externa preocupante e escancara a utilização de manobras econômicas com fins puramente políticos e pessoais. O Brasil, refém de sua instabilidade interna, agora se vê pressionado internacionalmente por interesses que parecem transcender as relações diplomáticas e comerciais habituais. A "luta" de Bolsonaro, nas palavras de Trump, parece custar caro à nação.
